quinta-feira, 16 de abril de 2009

"Mas, o que foi mesmo que o mendigo disse?"

-"Ele, estava triste e desmotivado.

Sua mulher havia deixado de amá-lo.

Levantou da cama e vestiu-se naquela manhã de

domingo.

Sem nada para fazer, saiu de casa e andou sem rumo.

Até aquele dia, nunca tinha reparado como era penoso

viver sem AmoR.

Depois de andar durante horas, sentou-se à sombra de

uma árvore frondosa no banco de uma praça,

de cabeça baixa.

Ao seu lado, sentou-se um homem que, pelo seu aspecto,

pareceu-lhe um mendigo.

Quase se levantou para seguir o seu caminho,

mas o sorriso do homem o reteve.

Aos poucos, se estabeleceu um diálogo e uma animada

conversa que se estendeu por horas.

Finalmente, o marido se levantou do banco,

deixando dinheiro na mão do mendigo.

Sua postura já estava diferente.

Agora, com passo enérgico, voltou para casa,

tomou banho, fez a barba e se vestiu com todo cuidado.

Saiu sem dar explicações e sua mulher, que já não o

amava, se mostrou levemente curiosa com a sua

nova atitude.

Voltou à noite, bem tarde.

No dia seguinte, cumprimentou gentilmente sua

mulher e foi trabalhar.

Na volta, vestiu um short, calçou tênis e fez uma

longa caminhada noturna.

Dormiu e acordou com excelente disposição.

O dia seguinte foi igual, talvez melhor.

Sua mulher, que não o amava, e seus filhos se

surpreenderam.

Parecia ter perdido a tristeza.

Ganhará uma força e uma elegância que a família

nunca antes tinha notado.

Continuou a ser gentil com a mulher

mas nunca mais lhe pediu desculpas ou explicações,

nem exigiu que fizesse AMOR com ele.

Passaram-se semanas...

A atitude do marido continuava firme

e a disposição otimista instalou-se de vez.

A mulher sentia-se cada vez mais intrigada

com a mudança miraculosa do marido e teve mais simpatia

por suas novas atitudes, sábias e moderadas.

Embora ela persistisse em não amá-lo,

ele melhorava seu desempenho

como pessoa e como pai.

Agora, os amigos o procuravam.

Era evidente que tinha se transformado num homem sábio.

Quanto a mim, sou um sujeito profundamente curioso;

talvez por ser escritor,

fui à mesma praça onde estivera o marido,

a fim de procurar o mendigo.

Pude reconhecê-lo imediatamente.

Sem vacilar, sentei-me a seu lado.

Apresentei-me e perguntei

o que ele tinha dito ao marido.

Sorrindo, o mendigo me respondeu:

“Ah, lembro...

Não dei grande conselho...

Disse-lhe apenas que,

com minha experiência de mendigo,

aprendi que nunca se deve pedir dinheiro

e, pelas mesmas razões,

jamais se deve suplicar AMOR!!...

Essas são duas coisas

que sempre nos negam

quando as pedimos!!..”.

E sorrindo, acrescentou:

“O dinheiro, a gente trabalha e ganha;

O AMOR, SE CONQUISTA!!!...”.

Ele não me pediu nada,

Mas mesmo assim, agradecido, dei-lhe dinheiro!!...".

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